Tipos de asma: sintomas, diagnóstico e tratamento
A asma é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracterizada por episódios recorrentes de falta de ar, tosse e chiado no peito. Essa condição resulta da inflamação e estreitamento das vias aéreas, que dificultam a passagem do ar para os pulmões.
A gravidade dos sintomas da asma pode variar de leve a grave, exigindo, em alguns casos, intervenção médica imediata. Compreender os diferentes tipos de asma, identificar os sintomas precocemente e obter o diagnóstico correto são passos cruciais para um tratamento eficaz e para a melhora da qualidade de vida dos pacientes.
Existem diferentes tipos de asma?
Sim. Confira os diferentes tipos abaixo:
Asma alérgica
Nem todo mundo que tem alergia tem asma e nem todo mundo que tem asma tem alergia. Alérgenos como pólen, poeira e pelos de animais podem desencadear sintomas de asma em pessoas sensibilizadas.
Os sinais mais comuns de asma são: tosse, especialmente à noite, durante exercícios ou ao rir, dificuldade em respirar, aperto no peito, falta de ar e chiado.
A asma alérgica pode ser intensificada por fatores que causam asma não alérgica, como infecções respiratórias virais, exercícios, substâncias irritantes no ar, estresse, medicamentos e certos aditivos alimentares e condições climáticas.
Diante da suspeita de asma alérgica, é importante consultar com alergista, que através da história clínica e exames complementares (teste cutâneo para alérgenos e IgE específica coletada no sangue periférico) irá determinar a causa da asma e indicará o tratamento mais adequado, incluindo imunoterapia.
Asma não alérgica
Como o nome indica, a asma não alérgica é desencadeada por outros fatores como as infecções respiratórias virais, exercício físico, irritantes no ar, estresse, medicamentos e condições meteorológicas.
Os sinais mais comuns de asma não alérgica são os mesmos da asma alérgica e o seu diagnóstico inclui avaliação clínica com especialista (pneumologista e alergista) e exames complementares.
O tratamento medicamentoso é individualizado e deve ser indicado pelo seu médico.
Asma ocupacional
Pode ocorrer com pessoas que trabalham perto de vapores químicos, poeira ou outros irritantes no ar.
Aproximadamente 10% a 25% dos adultos com asma apresentam asma ocupacional. Os gatilhos podem incluir produtos tintas; produtos de limpeza; pó de madeira, grãos e farinha; luvas de látex; certos moldes; animais e insetos. Os fatores que aumentam o risco de desenvolver asma ocupacional incluem alergias ou asma existentes, histórico familiar de alergias ou asma e tabagismo.
Padeiros, pessoas que trabalham em fábricas de detergentes e medicamentos, agricultores, trabalhadores de elevadores de grãos e de fábricas de plásticos, metalúrgicos e marceneiros são algumas das profissões nas quais a asma ocupacional pode ocorrer.
O diagnóstico requer avaliação clínica, pois a história clínica pode dar pistas quanto a causa ocupacional da asma (os sintomas começaram após mudança de emprego? O quadro clínico melhora quando você está longe do trabalho? Os produtos químicos e outras condições no seu local de trabalho dificultam a respiração?).
A prevenção e o tratamento da asma ocupacional requerem intervenções ambientais, incluindo educação sobre mudanças comportamentais para evitar os desencadeadores da asma, juntamente com terapias medicamentosas e acompanhamento médico cuidadoso.
Síndrome de sobreposição asma-DPOC (ACOS)
Embora a asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) sejam doenças inflamatórias crônicas que afetam as vias aéreas e são caracterizadas pela presença de obstrução brônquica, são diferentes.
Enquanto a asma frequentemente apareça na infância, apresenta crises repetitivas, tem resposta eficiente à terapia inalada e é frequentemente associada a outras patologias alérgicas, a DPOC (conjunto de doenças pulmonares que causam problemas respiratórios e obstruem o fluxo de ar, dificultando a respiração) surge mais tardiamente, tem piora progressiva dos sintomas, sem boa resposta ao tratamento e está associada à exposição prolongada do cigarro.
A maioria das pessoas com asma não desenvolverá DPOC e muitas pessoas com DPOC não têm asma. No entanto, é possível ter ambos. A síndrome de sobreposição asma-DPOC (ACOS) ocorre quando alguém tem essas duas doenças.
Os sinais de ACOS incluem: dificuldade em respirar, chiado, tosse frequente, aperto no peito, excesso de catarro, cansaço, baixa tolerância física ao exercício e falta de ar durante atividades rotineiras.
O diagnóstico requer avaliação clínica e o tratamento do ACOS é individual, onde cada paciente recebe um plano de tratamento personalizado. Mudanças no estilo de vida, como exercícios, técnicas respiratórias e evitar poluentes atmosféricos em casa e no trabalho, também podem ser recomendados. Para os fumantes, a parte mais importante do tratamento é parar de fumar.
Doenças respiratórias como a gripe podem causar complicações graves em pessoas com ACOS e estão indicadas as vacinas contra a gripe (doses anuais) e vacinas pneumocócicas.
Asma induzida por exercício (AIE) ou broncoconstricção induzida por exercício
Tem como causa o ar seco inspirado durante o exercício. Quando você respira um ar mais seco do que o ar que já existe no corpo, as vias aéreas ficam desidratadas, o que leva à contração muscular e ao excesso de muco.
Cerca de 90% dos asmáticos apresentam AIE, mas nem todos os que apresentam AIE têm asma. Em crianças, a presença de chiado (sibilos) após atividade física é geralmente o primeiro sintoma de asma.
São considerados desencadeantes da AIE: cloro da piscina, poluição, ar frio e seco nas pedaladas, corridas, entre outros. Os esportes geralmente associados com a AIE são futebol, basquete, corrida.
Os sintomas surgem minutos após o início da atividade física e continuam 10 a 15 minutos após o término: chiado (sibilos), diminuição da resistência, aperto no peito, tosse seca, dor de garganta e de estômago.
O diagnóstico é feito de acordo com a história clínica e exames complementares, como a espirometria, para determinar se a pessoa tem asma mal controlada que é desencadeada por exercícios, se a asma é bem controlada e tem broncoconstrição induzida por exercício ou se o diagnóstico pode ser AIE.
É importante lembrar que pessoas fora de forma podem apresentar sintomas semelhantes aos da asma induzida por exercício, além de ser necessário afastar outras condições que podem confundir com AIE, como problemas nas cordas vocais, nas vias respiratórias e cardíacos.
O tratamento inclui medicamentos prescritos pelo médico e medidas gerais como
aquecer lentamente por 15 minutos antes de iniciar exercícios físicos intensos; no tempo frio cobrir nariz e boca com máscara para proteger os pulmões do ar frio; evitar os gatilhos já identificados e manter a asma bem controlada, caso você a tenha.
Faça consultas médicas regulares e procure o especialista (alergista, pneumologista) para acompanhamento.
Cuidados com a asma
O tratamento da asma, independentemente do tipo, envolve a monitorização constante dos sintomas, evitar gatilhos conhecidos e seguir rigorosamente o plano de ação personalizado indicado pelo seu médico, incluindo o uso correto dos medicamentos prescritos.
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